Papilas circunvaladas

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sossego do desapego

Cansa o condicionamento que o apego nos põe,
uma hora esgota toda tenacidade que nos prende a algo,
cansada de apego,
meus braços não querem mais segurar,
mudanças, novos ciclos,
sempre, sempre e sempre.
Eis a chegada da maturidade e da aceitação que tudo é uma fase,
uma hora efêmera outrora prolixa...
Faço me refaço,
a cada passo que dou e darei.
Seguirei,
livre de apego.
Se eu preciso mudar,
se as situações mudam,
não faz sentido o apego,
ficaria limitada,
mas em todo o caso,
meu corpo já não o quer mais,
minha mente o recusa,
meu espirito lhe dá as costas.


Nilakantha (Lucimara Penaforte)

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Pano de bunda



E criam tendências,
Primavera, Verão , Outono e Inverno.
Narizes arrebitados desfilam,
te olham torto por estar fora da moda,
Pobre,
antiquado,
brega,
sem graça,
-Mas é o que tenho pra hoje Madame...
Chinelo antes que não era pra furar o pé,
rachar de tanto andar,
machucar na hora de correr,
hoje é tendência.
Cores variadas de acordo com o seu humor,
combina até com o tom rosado do seu céu da boca,
Com o fundo branco do seu globo ocular,
este modelo fica chic com a sujeira debaixo de sua unha.
Esta calça que parece de palhaço, mas é moda entre os modernos da Europa
combina com...
-Mas madame, para mim isso tudo é pano de bunda. Frescura!
E ela torce o nariz, fica azeda e sem resposta.

Lucimara Penaforte (XNilakanthaX)

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Acerto de contas

Houveram três tiros.
Ouviu-se três tiros!
Uma mulher põe-se a gritar. Acho que é a mãe.
-Meu filho!!!!!! Não....
E as palavras são afogadas pelas lágrimas do choro.
Houve um arranque de motocicleta.
Ouve-se um arranque de uma  motocicleta!
- Este já subiu!
Gritou ao subir a rua.
Luzes acendem, cachorros latem, a favela começa a bocejar burlando o sono, em alerta do evento  que se sucedera.
A mãe ainda grita, chora, lamenta,  um fôlego infinito despejado ao filho!
Ouve-se murmúrios.
Houve murmúrios!
-Foi acerto de contas... uma pena, tão jovem.

E da minha janela vejo o corpo estirado no chão, e o sangue rubro demarcando o local exacto,
que o espirito se separou do corpo.
Não deu para ver a fisionomia, pois os curiosos já amontoados atrapalhavam a minha visão.


Lucimara Penaforte (XNilakanthaX)

Amor platônico

Era quase que mecânico, quando havia necessidade de imprimir algo recorria àquela gráfica de seu bairro. Pois era a única que havia; acessível tanto pela distância quanto finanças.
Ela sempre mandara imprimir seus textos de sua própria autoria, sejam eles prosas ou poesias.
E logo após pagar pelo serviço, saia.
E sempre calado, o garoto magro, que de olhar tímido, mão de dedos finos e cautelosos ,
 quando necessários rápidos feito a de um pianista,de roupas largas pelo complexo de seu porte, este, sempre salvava as cópias no computador do "trampo".
Foi se apaixonando, de forma velada, secreta e impronunciável.
Era como um segredo pagão em meio a uma sociedade cristã e conservadora, não poderia vazar.
E ela sempre lá,ia,aparecia, lhe pedia e este sempre a imprimir suas belas poesias.


Lucimara Penaforte (XNilakanthaX) 02:04

À uma injúria

Tem hora que o bom senso vem a tona, você engoli a saliva, e as palavras que iriam sair feito tiro certeiro no coração do desatino descem quadradas, você respira fundo, pausadamente, pontuando os prós e os contras de refutar.
Mas ai tu ficas quieto, e pensa que a agrura que causaria seria tão , mas tão intensa que molestaria por inteiro, física e psiquicamente o individuo a fazê-lo desmoronar, e chega a conclusão de que ainda possui a decência polida que a sociedade cobra para não cometer este assassinato verbal.



Lucimara Penaforte (XNilakanthaX) 01:24

A margem

-Meu Ego, meu ego, meu ego, meu ego e meu ego!

Isso ecoa pelos corredores,contido entre linhas em cada palavra daqueles seres...
É expressado em cada atitude daqueles cidadãos.

E eu me sentindo um peixe fora d'água, só que por opção!

Lucimara Penaforte (XNilakanthaX)

Bourgeoisie

Da maquiagem social:

A alta sociedade que insiste em calçar 36 em um farto pé calejado de 42.


Lucimara Penaforte (XNilakanthaX)

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Ventríloquos



Bonecos de ventre loucos,
barrigas inquietas pela fome,
abortados do útero mundano, degenerado,
ventre inquieto pelos vermes que querem consumir o corpo, estão em frenesi.

Bonecos crianças,
bonecos mulheres,
bonecos homens,
bonecos cachorros vira latas,
que em cada periferia sub-existem,
que rodeiam cada mansão, cada soberania , cada status,
e são apenas sombras,
que aguardam embaixo da mesa a migalha que ansiosamente esperam cair.

Não conhecem o sabor do leite,
as tetas da progenitora secara,
empedrara, esturricara
que nem suas esperanças ,
sonhos banalizados mediante a condição.

Da escadaria da igreja da Sé,
não oram mais ao Senhor,
não tem mais fé,
apenas andam,
perambulam,
e fazem suas gracinhas mecânicas de trejeitos estranhos fora dos padrões,
se assemelham a ratos assustados quando a viatura passa,
e de lá de cima,
apenas olham por eles o barão capitalista,
O senhor descaso,
o senhor imposto,
o senhor exclusão social,
o rei dá má distribuição,
magnata ladrão de terras,
o imperador escravizador,
o Deus dos ricos,
que se refestela mexendo os pauzinhos de seus ventríloquos.


Lucimara Penaforte( XNilakanthaX)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Pense que sou o vento




"Vento"-Quadro de Vicent Van Gogh



Não abro as malas,
pois ainda haverão despedidas,
lágrimas pela partida,
mas eu com meus pés leves,
quando me der conta,
já estarei longe de vossa vista,
e novamente após um breve reencontro,
logo estarei de partida,
devo reencontrar a vida,
entre lacunas, becos,florestas escondidas,
na língua dos sábios, nos olhos dos mortos,
nas orelhas de gato, nas solas de cada sapato,
nas mãos ansiosas a escrever,
no coração que foi partido,
no amor reconstruído,
da água límpida de beber,
da fruta seca de comer,
e dos segredos do mundo,
que se eu souber de uma vez poderei enlouquecer.
Me vou, mas talvez eu volte.
Como o vento, bento e sem lamentos.



Lucimara Penaforte (Nilakantha)

The Big Brother is watching you!!

     

     Fugindo da temática deste BLOG, hoje quis compartilhar um trabalho que fiz para a matéria da professora Carolina Kallas, que ensina a disciplina de Oficina de texto no nosso curso de Design Gráfico, valendo como horas complementares(o filme foi visto em sala).
   Uma resenha crítica do filme "1984" do diretor Michael Radford, adaptação do livro de George Orwell.
  O intuíto de compartilhar foi devido ao elogio da professora, onde me deu este ímpeto.


Atividade Complementar

Disciplina: Oficina de Texto


Resenha Crítica: Filme 1984

      Nineteen Eight Four (1984) é o título do filme do diretor Michael Radford, que é uma adaptação da obra literária do escritor George Orwell, cujo nome do livro é o 
mesmo.



      O filme de gênero dramático e ficção científica , foi lançado em 1984 e é bem diferente das produções cinematográficas comerciais, de entretenimento e lazer que geralmente é criado para a massa devido a sua distopia e forte crítica ao extremo controle. Ele tem como característica uma tomada mais prolixa, que para alguns pode ser considerada cansativa, Radford conseguiu através do tom da película, cenário, expressão e comportamento das personagens, transmitir uma situação sufocante, opressora, desconfortável e humilhante, envolto a uma alienação aguda, que é reforçada cada vez mais pelo Estado totalitário.

      O protagonista Winston Smith interpretado por John Hurt, é um dos cidadãos condicionados a seguir o regime, estabelecido após a guerra onde foi dividido o mundo em três estados, Eurásia, Lestácia e Oceania tendo este último Londres como sua capital. Ele trabalha no “Ministério da verdade” e é designado a alterar as informações das noticias a serem divulgadas, para que estas sejam pertinentes e relevantes à ordem. Porém, Winston com a sua percepção desperta, e senso crítico latente, começa a observar e analisar com outros olhos o mundo a sua volta, ele por sua vez de forma subversiva também possui um diário que serve para relatar seus pensamentos suas visões, e os esconde em seu quarto fora do alcance dos olhos do “Big brother”, que é uma câmera (tela) que fica em toda parte do estado e em todos os dormitórios para visar que seja seguido tudo que lhes são impostos, remetendo à onisciência que não só Deus pode dispor, e que o homem pode também obtê-lo através da tecnologia para que se aplique com tenacidade este policiamento.

      A limitação de cada individuo através das regras, reflete até na forma em que se alimentam devido às porções contadas de suas refeições, utensílios de higiene pessoal (gilete), padronização do vestuário (sempre uniformizados, homogeneizados dando a idéia de operários, ferramentas, engrenagens de manutenção do sistema em que vivem, uma vez que são separados por setores e responsáveis por determinadas funções), é explicito a ausência de singularidade, autenticidade ou qualquer característica individual/pessoal de cada ser.

      O diretor , através desta trama trouxe ao espectador a sensação de vigia máxima e incomoda, pelo modo que no decorrer do filme Winston e Julia (interpretada pela atriz Suzanna Hamilton) estão sempre burlando e se esgueirando destes grandes olhos do poder, quebrando suas rotinas para que possam se envolver emocionalmente, (para se envolver com outra pessoa, ter filhos, família, era necessária a autorização do estado) carnalmente, conspirar contra e ter um ensaio do que poderia ser uma liberdade em meio ao cárcere que os cercam, uma amostra do que é ter um livre arbítrio.

      Não tarda para que sejam pegos, o quarto onde se encontravam havia uma câmera (ou seja não estavam imunes e nem livres, a sensação que tiveram por poucos instantes foi ilusória devido a eficiência do controle), que ficava atrás do quadro que havia no local. Logo são detidos, capturados, e levados, a cena é muito interessante porque quebra a harmonia que ambos estavam, a serenidade que de ímpeto foi invadida pela policia do pensamento, de corpos nus (de Winston e Julia) leves, claros e “livres” ao contraste de equipamentos, armas, uniformes pesados e escuros dos policiais.
      Como todo estado totalitário, os opositores são torturados, humilhados e ficam cara a cara com suas impotências que são expostas de forma direta atingindo sua integridade, é atacado brutalmente seus psicológicos, físicos e moral. A máxima, de que “Você age e vê o que queremos que veja e seja”, foi através do questionamento à Winston quanto era 2+2, que pela soma matemática é igual 4, porém se o regime impor que seja 5, este será ; o personagem compreendeu isto após incessantes agressões físicas. Por fim, ao ser “liberto”, assumir publicamente que errou, que estava enganado que não foi digno e pedir perdão a massa, e virar exemplo do que não pode ser e levar uma vida apática e a mercê do regime, perde sua audácia.
      Pode-se fazer um paralelo com a mídia de massa de hoje, a forma que é manipuladas as informações seja em telejornais ou mídia impressa, uma vez que jornais e emissoras não são imparciais,eles enfatizam ou minimizam os que lhes convém. A imposição de padrões, costumes através de novelas, seriados, programas disseminam uma fragmentação cultural a população.
      As câmeras sempre presentes, em estabelecimentos, ambientes de lazer, rua , uma vigia constante que a principio era por segurança, mas não há mais esta garantia.
Percebe-se que hoje com maior freqüência, as pessoas estão se auto-vigiando, expondo suas atividades, vida pessoal, em redes sociais que estas estão aumentando cada vez mais suas ferramentas para que essa exposição seja mais explicita, tornando mais fácil até mesmo localizar determinado indivíduo e seguir sua vida dando a sensação de ser mais próximo ao mesmo.
      O próprio “Big Brother” literário/cinematográfico, tornou-se mecanismo de “Reality Show”, que cada integrante da casa onde ocorre o espetáculo expositivo(que não deixa de ser um cárcere), se dispuseram a ficar sob vigilância onde quem resistir e ser bem sucedido nas provas, e tendo também a simpatia e aprovação do público ( que por poder votar em quem vai ou em quem fica, mostra uma participação importante para que o programa aconteça e ter a sensação que tem controle e peso de decisão por algo) será contemplado com 1 milhão de reais, ou seja, o comercialização da privacidade para entretenimento e divertimento da massa.
      Ambas as formas, fictícia e o cotidiano da vida real, expressam os mecanismos de controle da massa, um por sua vez totalitário e outro na forma pseudo-liberdade de escolha.

Autoria: Lucimara Penaforte (Nilakantha)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Analf(A)feto

Sem drama desta vez,
Não vai me carregar até a cama.
Engoli a raiva, e a revolta deste destrato coletivo,
não queria explodir e baixar ao mesmo nível,
só para ficar defronte com vocês.


A indelicadeza humana vem a tona,
quando se pressiona o individuo,
seguidor ordinário de ordens,
criador de obstáculos assalariado,
sem ao menos entender e interpretar um simples documento,
o texto que te apresento, e a exposição desagradável que me coloca,
em nome de sua  burrocracia.



Se em minha blusa ao invés de pano roto fossem cédulas de 100, me daria mais valor,
mesmo se não soubesse nem ao menos pronunciar o seu nome,ou me portar direito enquanto tomamos café, tendo  o dedo com a unha mal feita  em riste lhe dando ordens, babando vulgar e debilmente pela a exaltação de minha convicção enquanto te humilho, e  assassino o português.






xNilakanthax (Penaforte)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Rosas são só flores.

Não acredito mais em amor,pelo menos na minha vida não.
Acredito no amor dos livros, quadrinhos, das pinturas, peças de teatros e até os clichês de filmes e novelas. Pois eles são manipulados , criados, montados, são que nem aquelas pecinhas do prézinho onde você monta e desmonta, cria e "descria" algo, dentro desta imperfeição da visão alheia, sendo que para ti é tão perfeito pois está dentro dos moldes de sua concepção.
Meu amor no meu mundo não existe, pois vi que necessito tanto de mim que tenho que cada dia mais saber lidar com tudo só, me dar carinho e me sentir maravilhada, me levar para passear e ficar satisfeita, ir ao cinema comigo mesmo e apreciar cada segundo, e cuidar de mim e me sentir completa.
Por isso que não acredito em um amor para mim, pois ainda não sou/estou grande o suficiente para me compartilhar sem me perder, de me virar com outrem e não sentir falta de algo que nunca acharei nele, pois só cabe a mim mesma me dar.
No dia que aprender dividir alguém com a vida, sabendo que ela pode levá-lo a qualquer hora e qualquer momento, mesmo no aniversário de namoro ou casamento, no dia que não me prender mais a datas, simbolismos, afeto, e saber desfrutá-lo apenas no seu momento devido, talvez quem sabe virá um amor para mim.


XNilakanthaX (Penaforte)

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Captador sem recursos

Hoje não quero vestir o seu colete,
ele não é a prova de balas,
eu fico exposta às suas palavras,
e suas objeções de projéteis querem me furar.

Só por hoje, nem por um segundo,
não irei às ruas para salvar o mundo,
onde cito, plantas, sol, mares e baleias,
só para te convencer.

Não quero saber,
hoje só quero cuidar de mim,
sem que pessoas me ignorem passando por mim,
enquanto o futuro pode nunca chegar,
e tudo que temos pode um dia acabar,
e no fim do mundo com certeza,
não haverá mais terra, água e ar,
eliminada toda a vida e beleza,
não haveria resquícios da natureza.



XNilakanthaX(Penaforte)

Flor de asfalto

Quer adotar cãezinhos e gatinhos de rua,
andar de bike pela cidade,
tomar suco natural,
e sem beber café,
quer apreciar a brisa da manhã na janela degustando um chá ou um suco natural,
e o açúcar tem que ser orgânico,
de preferência o cristal ou demerara.
Disse para mim um dia, que a fruta com a cor mais vibrante,
é a que lhe dará mais força para suportar o dia tenso.
Mas...
Ao sair de casa,
ao invés de gatinhos e cães,
acabara adotando um novo e péssimo hábito,
esqueceu a bike na hora da pressa, e deve ter ido de ônibus, carro ou metrô.
Na padaria não tinham chá de hibisco,
se contentou com uma Coca Cola,
e com o doce de açúcar refinado.
A fruta amassou na bolsa,
ficou escura, machucada,
teve fome, e comprou um salgadinho qualquer no almoço,
atacou o estômago,
e logo se sentiu fraca antes do final do dia.



XNilakanthaX (Penaforte)

Ai se eu pudesse...

Um daqueles dias típicos de pertubação,rolava de um lado para outro na cama,
e se sufocava devido o inchaço das amígdalas causado pelo refluxo, a consequência de comer feito um animal,e conter no estomago a raiva primitiva gerada pelo stress.
Não nasceu rico de dinheiro,mas a preguiça na alma era abundante, daí então, criava diversas maneiras para ganhar uma vida fácil,malandra e larga, mas todas elas por sua vez lhe eram tão frustrantes, e sempre terminava com o discurso que a ausência de esperteza para dar a reviravolta foi por não ter estudado, e de forma velada assumia que era burro.
E sempre, toda vez, a única saída era ter que trabalhar para os outros, estes outros que lhe era tanto odiados, aqueles comerciantes bonachões, donos da padaria, do mercado, açougue, do buteco, que em seus suadouros pela fartura adiposa, no seu íntimo deixavam no ar que se quisessem se secariam com notas de dinheiro enquanto os serviam no cargo mais baixo.
E para piorar, a pontualidade era seu calcanhar de Aquiles, sempre que tinha que abrir mão dos "só mais 5 minutinhos de cama", por estar estropiado pela noite anterior onde havia anunciado a saideira as onze da noite, mas acabou chegando carregado em casa lá pelas 5 da manhã, junto com o cacarejo do galo do vizinho.Se chegasse atrasado, levaria uma suspensão com direito a esculacho do patrão como bônus, uma vez que já tinha recebido a terceira advertência semana passada,
e ao pensar nisso, ainda torto na cama e com o teto girando e os neurônios destruídos, ao concluir que teria que levantar, a irritabilidade lhe perseguia ao decorrer dia, como um relógio que não para de despertar mesmo após umas porradas, um panelaço infernal ao pé da orelha,várias vuvuzelas do gol da copa, e entre outras referências infernais de tormentas sonoras que o faziam perder a linha fácil.
Ah , mas como queria ter nascido rico.
Poderia dormir tarde, acordar ao meio dia, aliás foda-se! Levantaria a hora que quisesse, comeria a mulher que quisesse, viajaria para onde quisesse, não precisaria estudar,era rico mesmo, tão rico que iria ficar entediado de tanto gastar dinheiro e bater perna em shoppings. Em sua concepção, rico tinha que gastar, para mostrar que tem, não importava com o que, até mesmo se fossem em ações beneficente a uma instituição que nem sabia o nome, pois nestes encontros entre cafezinhos, drinques, sorrisinhos e apertozinhos de mão, os deixavam tão Chics que era exalada a nobreza através do borrifador da caridade, via isso nas novelas desde pequeno, e julgava assim as patroas e patrões de sua mãe.
Até nisso, não tinha noção nem de desfrute,onde esta vida de economia de fadiga,
lhe traria uma somatória de inutilidades, e em seu espelho da vagabundagem emoldurado a prata com detalhes em swarovski, lhe mostraria que quando o espirito é de porco,
não há água no mundo que lave o lamaçal da alma, e para a sua força de vontade de lesma
qualquer mero esforço é sal.



XNilakanthaX (Penaforte)